As importações fictas de plataformas de petróleo inflaram o volume de bens de capital importados pelo País em maio, segundo dados do Indicador do Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta segunda-feira, 15, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). As importações de bens de capital entram na conta dos investimentos feito no País dentro do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
As importações de bens de capital cresceram 78,7% em maio de 2020 ante maio de 2019. Se excluídas dessa conta as plataformas de petróleo, as importações de bens de capital recuaram 39,9% em maio deste ano ante maio do ano passado.
“O cenário recessivo da economia explica a queda nas compras de máquinas e equipamentos para o setor de agropecuária e indústria. Para o setor agropecuário, os resultados no nível de atividade são positivos, mas a desvalorização do real encarece a compra de novos equipamentos”, ressaltou a FGV, em nota.
Já o volume exportado de bens de capital recuou 59,0% em maio de 2020 ante maio de 2019.
O saldo da balança comercial foi de US$ 4,5 bilhões em maio, US$ 1,1 bilhão abaixo do valor registrado em maio de 2019. No acumulado do ano até maio, o saldo foi de US$ 15,5 bilhões, resultado inferior em US$ 4,8 bilhões ao obtido em igual período de 2019. A piora na balança de janeiro a maio é explicada pela queda mais acentuada das exportações (-7,2%) do que das importações (-2,5%).
No entanto, o desempenho negativo das importações foi atenuado pelas plataformas de petróleo em maio de 2020.
“Essas operam no país, porém eram registradas em subsidiárias da Petrobras no exterior para obtenção de isenções fiscais. Com a instituição do regime aduaneiro especial Repetro-Sped, em 2018, as plataformas têm sido nacionalizadas, o que influencia o valor das importações. Sem as plataformas, as importações em maio teriam recuado em 29% e o saldo seria de US$ 7,3 bilhões, o maior saldo desde 2018”, justificou a FGV, na nota.
Em volume, as exportações aumentaram 4,1% em maio de 2020 ante maio de 2019. Já as importações cresceram 0,9% no período. Excluindo o efeito das plataformas de petróleo nas importações, o volume importado teria recuado 19,6% no mês.
FONTE:
Isto É Dinheiro